Como ajudar seu filho a lidar com o divórcio

Como ajudar seu filho a lidar com o divórcio

Um divórcio afeta a todos de uma família. A perda de uma vida compartilhada e ter que desistir da ideia de um futuro em conjunto para a família é na maior parte das vezes doloroso. A maioria das pessoas  consegue se ajustar à nova condição, mas este pode ser um longo caminho, com momentos em que não se consegue ver como as coisas ficarão. Você precisará fazer concessões a si mesmo e aos seus filhos por algum tempo – às vezes por muitos anos.
Você não precisa contar para a sua criança todos os detalhes a respeito do rompimento com seu ex-parceiro, mas é importante que elas conheçam os fatos a respeito do futuro delas. Por exemplo, quando verão seu pai (ou mãe) e seus avós, tios, tias e primos; e se irão mudar de residência, ou de escola. As crianças, tal como os adultos, reagem de maneira própria ao stress e à infelicidade. Suas reações variam também de acordo com a idade.

As crianças pequenas (antes dos 5 anos), geralmente passam por estados de ansiedade quando são separadas de um dos pais. Essa ansiedade geralmente aparece como choro, agarramentos e comportamentos difíceis. Com o stress adicional da dissolução da família, é de se esperar que a criança encontre ainda mais dificuldade em lidar com separações e mudanças. Ela pode demonstrar grande  relutância a deixar você na hora da visita do pai (ou mãe) e, depois, ter um acesso de raiva no momento de se despedir e voltar para casa. Isto é estressante para todos, embora, devido às circunstâncias, seja natural.
Durante os anos seguintes da infância (6 aos 11 anos), as crianças já possuem uma compreensão melhor daquilo que está ocorrendo, mas ainda são incapazes de lidar com o conflito de lealdades que surge com uma separação. Podem até se sentir responsáveis pelo problema e experimentar sentimentos de culpa. Elas precisam que você aceite que estão passando por esse momento conturbado e que você entenda que externar isto com quem os rodeia, antes de conseguirem retomar sua estabilidade. A escola às vezes pode se tornar um porto seguro para a criança, mas você precisa ser paciente se elas não conseguirem mais lidar tão bem com os amigos e com a própria escola.

A adolescência é um momento importante para que o jovem descubra seus próprios sentimentos e sua identidade. Para um adolescente, a separação dos pais faz com que se sinta inseguro no momento em que ele(a) mesmo(a) começa a se desligar da família, como parte de seu desenvolvimento normal. Os adolescentes também se sentem culpados, porque acham que causaram a separação. Certos adolescentes lidam com isso demonstrando uma atração frenética por independência, como uma maneira de não encarar o que realmente está acontecendo em casa. Para outros a incerteza pode fazer com que se apeguUem mais à família. É importante para os adolescentes manterem contato com o pai do mesmo sexo.
A criança que demonstra pouco e aliena-se é a que nos deve preocupar mais. Você deve cuidar de oferecer a essa criança todo o tempo e consideração que ofereceria se os problemas fossem mais evidentes. Se você não tem certeza com relação ao tipo de preocupação que deveria ter, talvez ajude conversar com o professor de seu filho, ou com seu médico, ou com a assistente de saúde, para saber se você precisa de alguma outra ajuda externa.

Quando as famílias se dissolvem, geralmente formam novas famílias. Se você tem um novo parceiro, tem também a esperança de construir um novo futuro para a sua família, juntos. Você precisa se lembrar que pode estar pedindo muitoa seus filhos em um momento em que estão tentando administrar a perda de um dos pais. É  importante que os pais, independentemente da situação que enfrentam, não se esqueçam que são pais e que talvez seja melhor procurar um apoio especializado.

Fonte: EBC